Contexto

01/02/2023 16:42

A configuração geopolítica e econômica mundial torna iminente a regulamentação do cultivo de Cannabis sativa L. (Cannabaceae) no Brasil. O país vem debatendo o uso medicinal da C. sativa desde 2015, tendo sido aprovado o texto-base de um projeto de lei (PL 399/2015) que regulamenta o seu cultivo para fins medicinais e industriais em 2021. O texto prevê a regulamentação do cultivo para fins medicinais (incluindo veterinário) e industriais por pessoas jurídicas como empresas, instituições de ensino e pesquisa, organizações da sociedade civil e farmácias vivas.

Com o cultivo do cânhamo, a regulamentação impulsiona a pesquisa e inovação tecnológica no Brasil em uma área em franca expansão, com mais de 25 mil produtos derivados da C. sativa para desenvolvimento nas indústrias têxtil, combustível, plástico, celulose, alimentícia, zootécnica, automobilística, construção civil, e outras ainda a serem implementadas.

A UFSC é pioneira científica na área (https://noticias.ufsc.br/tags/maconha/) e o Campus de Curitibanos é o primeiro centro universitário com autorização para cultivo e beneficiamento da C. sativa L. O Centro de Ciências Rurais foi também o primeiro a incluir a Endocanabinologia em cursos de graduação no país, desenvolve pesquisas na área, e é considerada a maior referência nacional na área de Medicina Veterinária Canabinoide.

Para a consolidação da área no Brasil, é preciso a Universidade abranger todas as etapas, processos e meios de produção a fim de assegurar a continuidade, a economicidade e a diversidade dos estudos.

Forma-se aqui o Centro de Desenvolvimento e Inovação Canábica – o CEDICAN, partindo-se do cultivo agroecológico de C. sativa para fins de obtenção de diversos produtos para uso veterinário de alta qualidade, além de prover matéria-prima para pesquisas nacionais e geração ‘rejeitos’ a serem aproveitados para o desenvolvimento de produtos de interesse para as indústrias supracitadas. O CEDICAN permite que a Universidade seja partícipe do processo de transição regulatória no país, provendo informação científica atual e acurada em todas as áreas de possível uso de produtos derivados da C. sativa e fomentando a indústria nacional, a geração de empregos e a soberania nacional.

O centro vem na contramão da retirada de investimentos nos país, em especial em ciência, tecnologia e educação (https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2022/12/reitores-de-universidades-dizem-que-cortes-nos-recursos-da-educacao-podem-deixar-500-mil-estudantes-pobres-sem-bolsa.ghtml), já que há amplo e manifesto interesse de investimentos robustos, fruto de avanços e conquistas da UFSC Curitibanos.

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